sexta-feira, 24 de agosto de 2018

24 de agosto- Dia da Infância


Muitos foram criados na dureza de uma vida austera, hoje memórias longínquas. 
Nascidos na terra, revolvida desde nascença de onde obtinham o sustento e cuja labuta lhes foi imposta, não pelos pais, mas pela crueza e necessidade da vida, da subsistência!

O trabalho, moldou infâncias, mas vincou valores, valorizando o alcançado pelo suor.
Hoje trabalho infantil, em tempos rotinas de vidas sofridas ...

Uma homenagem a todas as crianças de ontem e de hoje, que trabalham, esquecendo os sonhos coloridos de outros, pois não têm tempo nem condições económicas para vive-lo!

"Pode-se chamar de criança à uma criatura que lavra a terra, corta a lenha, carrega água e, no fim do dia, já não tem alma para brincar?"
Mia Couto

Memórias longínquas

(Moinho dos meus pais)

Memórias de tempos longínquos ...

Naveguei por sonhos vividos, 
por memórias doces e irrepetíveis. 
Cada momento é único, pessoal, nosso!

Uma viagem ao passado, 
a um local que me enche a alma.
O berço original da minha infância, 
um tempo em que a pureza dos actos, 
dos gestos, das vivências inundavam este ser humano!

Um lugar de espiritualidade, meditação, 
berço da criação de uma família como muitas outras, 
de tempos duros, sofridos, chorados, mas contudo adorados.

(Rio onde brincava e tomava banho)

Adorados, nos valores partilhados, nos prazeres de criança 
vivendo no seu mundo, rodeado pelo chilrear dos pássaros, 
do correr dos leitos de um rio límpido, fresco, cúmplice ...
Transportar a nossa mente às memórias adormecidas é nostálgico,
 inexplicável, um saudosismo que alimenta!

Carpe diem!



sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Minha Aldeia



A minha aldeia é o berço da minha formação, 
a minha progenitora, 
o alimento da alma!
Ali aprendi os valores da humildade, 
honestidade, e tantos outros, 
que jazem hoje nus na sociedade decrépita, 
veneradora dos bens materiais, 
envenenadores e insaciáveis. 

A minha aldeia, é o meu berço, 
o útero da minha criação, 
a mãe da minha mãe. 
Sempre que a alma chora, 
quando a injustiça me fere, 
refugio-me nas memórias da minha aldeia.
As lágrimas, enxugo-as no leito do rio translúcido, 
que atravessa tão nobre terra, 
banhando os seus filhos de humildade e amor!
As traições, o esfaqueamento da deslealdade, 

que me atingem como um gume frio, 
limpo-as com a beleza dos olivais, 
da natureza luxuriante que ladeia o paraíso.
Respiro o seu ar puro, 

alimento-me das memórias, 
rejuvenesço e renasço, 
abatendo todas as energias negativas, 
que em vão, me alcançam, 
mas não derrubam!

Daqui vejo o destino, a vida ...




João Salvador - 04/08/2018