Como todos os anos sempre que posso
desloco-me à aldeia em finais de Maio ou Junho, com o intuito de ajudar a
apanhar as cerejas que se baloiçam nos ramos das cerejeiras, dando-lhes cor e vida!
Cedo me levantei na companhia do meu filho,
seguindo ambos no tractor para o terreno cultivado pelos meus familiares, onde estes
possuem várias árvores de fruto (figueiras,
macieiras, pereiras, etc), entre as quais as cerejeiras.
O ar puro da manhã, o cenário bucólico da
aldeia, o cheiro da terra e dos aromas libertados pelas plantas e pela natureza,
complementado pelas actividades diárias do lavrador, enche-me de vida e de
recordações!
Chegados ao terreno vislumbro um cenário
paradisíaco, onde as cerejeiras nos presenteiam com um belo cenário, exibindo
os seus ramos, bamboleando-se ao sabor do vento ameno que as acaricia.
Iniciamos de seguida a apanha do seu fruto
suculento, que se exibe espelhando os raios de sol.
Este ano (2012)
as cerejas estavam particularmente suculentas, com uma cor avermelhada muito
intensa. Os ramos vergavam com o peso, mercê da quantidade de cerejas que se
agarravam aos ramos, temendo serem separadas da cerejeira.
Um cenário bonito, ver os ramos polvilhados de
cerejas, carnudas, apelando a serem degustadas, o que aconteceu naturalmente no
decorrer da apanha, esquecendo-me de qualquer cuidado alimentar, perdendo a noção
da quantidade consumida (a cereja é um
fruto que se consome por vício – pelo menos no meu caso).
O cuidado com que devem ser colhidas é enorme,
especialmente se tiverem como destino a comercialização, havendo o cuidado de não
arrancar os “pés”, pois a fazer-se isso a apresentação deixaria de ser
apelativa, ainda que fossem apenas para consumo familiar.
O prazer que me dá esta tarefa é indiscritível,
alimentado pelo sorriso do meu filho, que alegremente subia às cerejeiras
munido de um balde, apanhando com gosto e destreza os frutos, comendo muitas cerejas
no decorrer dessa tarefa.
Tive o cuidado de o alertar para deixar na árvore
as cerejas de menor qualidade; as que não estivessem maduras ou as que já estavam
debicadas pelos pássaros, que por ali esvoaçavam à espera de debicar tão apetecível
fruto!
Infelizmente e pelo que sei, nas terras de
Valpaços e arredores muitos agricultores (possuem
terrenos pequenos, dedicando-se na grande parte dos casos a uma agricultura de
subsistência, para sua alimentação e venda sempre que possível de excedentes)
acabam por não apanhar grande parte da cereja, visto que não conseguem escoar o
produto por falta de procura, pelo menos nesta região, ou existindo oferecem
preços inferiores ao custo da produção, o que inviabiliza a sua apanha,
dificultada ainda pela falta de mão-de-obra a preço acessível.
O que me revolta é que muitas vezes a pessoa
comum aceita de bom grado a cereja se lhes for dada, mas tem que lhe ser
entregue em mãos, pois se lhe for oferecida ainda na cerejeira não se dão ao
trabalho de as ir apanhar. A inércia é tal que acabo por entender a razão pela
qual o nosso país chegou onde chegou …
Continuando … a Cereja é um fruto arredondado
usualmente de cor vermelha (existindo
também cerejas brancas), com um sabor muito apreciado.
Apesar de ter alguma procura (poderia ter muito mais se as políticas agrícolas
apostassem no escoamento do produto e na ajuda ao lavrador) e ter várias
utilizações, a cereja possui um grande peso na economia agrícola nacional (principalmente na zona das beiras), já
que é muito consumida e apreciada pela maior parte dos portugueses, tendo
bastante saída também para o estrangeiro, sendo ainda usada na gastronomia, ou
utilizada para a elaboração de compotas e outras aplicações.
Afinal o que é a
cerejeira?
Cerejeira é o nome dado a várias espécies de
árvores originárias da Ásia, algumas frutíferas, outras produtoras de madeira nobre.
Estas árvores classificam-se no sub-gênero Cerasus incluído no gênero Prunus (Rosaceae).
Os frutos da cerejeira são conhecidos como cerejas, algumas delas comestíveis.
As
cerejas são frutos pequenos e arredondados que podem
apresentar várias cores, sendo o vermelho a mais comum
entre as variedades comestíveis. A cereja-doce, de polpa macia e suculenta, é
servida ao natural, como sobremesa. A cereja-ácida ou ginja, de polpa bem mais firme, é
usada na fabricação de conservas, compotas e bebidas licorosas,
como o Kirsch,
o Cherry e oMarasquino. As cerejas contém proteínas, cálcio, ferro e vitaminas A, B, e C. Quando consumida ao natural, tem
propriedades refrescantes, diuréticas e laxativas. Como a cereja é muito rica
em tanino,
consumida em excesso pode provocar problemas estomacais, não sendo aconselhável consumir mais de
200 ou 300 gramas da fruta por dia.
O
cultivo da cerejeira é realizado em regiões frias. Necessitam
de 800 a 1000 horas de frio para que possam produzir satisfatoriamente em áreas com Invernos frios e chuvas.
depois de ler este seu texto parece que encontrei aquilo que tenho procurado,sera que me pode dar contactos para a apanha da cereja? obrigado
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