Os anos vão passando e a
deterioração da sociedade segue a passos largos para um abismo sem retorno. Não
vou aqui voltar a falar na perda de valores que está à vista de todos nós,
apenas constatar o que todos já conhecem – o egocentrismo, o interesse apenas
pelo “eu”; pelos interesses próprios mesmo que com prejuízo para familiares; amigos
ou colegas de trabalho.
É gritante a forma desrespeitosa,
vergonhosa e de falta de camaradagem que alguns seres humanos, se é assim que
se podem chamar, aqueles que sem qualquer pejo passam por cima de tudo e de
todos, prejudicando vidas de terceiros que possuem também estes vida pessoal,
olhando apenas e tão só para o seu umbigo.
O mais alarmante é a
dualidade de critérios verificada de maneira grotesca por aqueles que têm a
responsabilidade de travar tais abusos, mas que não o fazer por razões que
ultrapassam por vezes o entendimento de quem tenta perceber tais atitudes, mas
obviamente não as pode aceitar.
Vive-se num mundo de
atropelos, onde vale tudo, mesmo prejudicar pessoas que são leais e buscam o
bom ambiente, seja ele laboral, emocional, familiar ou de outra índole!
Ressalvo aqui que todos
possuem uma identidade e personalidade própria e que naturalmente é necessário
adaptação ao modo de ser e de estar de cada um (todos erram – uma vez
entende-se e pode aceitar-se como não premeditado desde que não planeado), mas
para isso é necessário diálogo e entendimento entre todos!
Essas pessoas tomam esse
tipo de atitudes conscientes e sabendo que prejudicam terceiros, sem estarem
preocupados que possa ou não ter repercussões graves, ou menos graves – isso é
o que menos importa, passeando-se altivamente como se nada fosse lançando
sorrisos de hipocrisia que roçam o nojo, transformando tais seres em fantasmas
asquerosos, seres a evitar, o que acaba por destrui amizades e camaradagem
entre colegas de trabalho.
A lealdade e a camaradagem devem
ser cultivadas por todos, no entanto tal está em decrescente e cada um olha
apenas para o seu nariz.
Aqueles que procuram uma boa
relação interpessoal e são frontais enfrentam um jorro de críticas daqueles que
vivem da hipocrisia, exigindo aos outros aquilo que não praticam, mudando as
regras a seu belo prazer, assessorados por quem devia travar atitudes menos
recomendáveis. Acompanha por vezes essa hipocrisia um cinismo bajulador que faz
perder a paciência a um santo.
Como se costuma dizer, o ser
humano habitua-se a todos os ambientes hostis, no entanto também se sabe que
todo o ser humano tem o seu limite, quando assiste a injustiças que o assistem
a si ou a outros, pois felizmente ainda existem aqueles que procuram o bem
comum e não apenas o seu bem-estar pessoal.
A sanidade mental é afectada
por todos estes episódios diários que se vão acumulando até à exaustão da
paciência de qualquer um, tendo picos de “loucura” que levam à pronuncia de
palavras menos abonatórias aos escroques que intencionalmente prejudicam
aqueles que muitas vezes lhe dão de “comer” e os apoiam.
Que raio de sociedade é
esta? Estamos rodeados de bajuladores, idolatradores de líderes decadentes; hipócritas com ares de superioridade e de bem saber; seres rastejantes que
sorvem o mérito alcançado não pelo que produzem mas pelo que conseguem subtrair
ao hospedeiro; por indivíduos que omitem a sua verdadeira natureza comportamental, enfim … apetece dizer Puta que pariu esta sociedade decrépita, e
peço sinceras desculpas por este impropério mas ás vezes é preciso gritar
contra estes filhos de uma mãe que os gerou no ventre com amor, mas cujo veneno
criado nos seus corpos lhes matou o pingo de respeito que deveriam ter pelos
outros e principalmente por eles próprios, pois a dignidade à muito que a
perderam.
Fica o desabafo de mais um
entre muitos insatisfeitos com o rumo que leva a caravela do comportamento
humano …
João Salvador – 18/07/2014
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