A ruína humana é uma realidade em muitas
vidas destruídas pela incúria irresponsável dos próprios arruinados que padecem
de falta de amor-próprio.
Iludidos por esbeltas palavras envenenadas,
presos à hipnose do poder carnal que mal conhecem, vivem suas almas algemadas
ao veneno de afrodites camufladas em santas beatificadas.
A desilusão trespassa como uma lança afiada
aqueles que com a sua clarividência vêem a maldade das trevas a apoderar-se de
corações inocentes, outrora puros e felizes, agora impregnados de bactérias de
invejas, ganância, altivez e maus sentimentos, que corroem por dentro o ser
humano, matando-lhe a bondade.
Ainda que se tente extrair o veneno das
víboras, estas protegidas pela loucura do amor enfeitiçado, e pela loucura do
iludido, pavoneia-se vitoriosa pelas ruelas da malvadez, espalhando um falso
sorriso que cativa e aprisiona os mais desprevenidos. Rastejam essas cobras
esbeltas, envenenando a felicidade alheia, matando-a lentamente, destruindo
laços de amizade, de camaradagem e até familiares …
Essa raça de afrodites venenosas, povoam um
mundo decadente da qual se alimentam, extraindo através dos seus ardis tudo
aquilo que necessitam para viverem uma existência desafogada, sem qualquer
pudor em pisar um ser humano que lhes caia nas garras.
Ver o olhar de alguém perdido, sem brilho,
qual um fantasma cambaleante e perdido, caminhando errante vivendo para si e
para a Afrodite venenosa, desprezando a própria prol, a família e os amigos,
provoca uma revolta, uma repulsa tal que a ira alcança a mente dos mais devotos
budistas que buscam a iluminação e a vêem esfumar-se perante tanta maldade!
Estas almas vivem sonâmbulas, entristecidos,
enganados. No seu íntimo vivem apenas alimentados pelo veneno que os controla,
dando-lhes a sensação de um bem-estar inexistente no mundo real, mas que habita
a sua imaginação enganada pelo olhar pérfido de uma deusa que não o é!
O vírus espalha-se de uma forma alarmante,
perdendo aos poucos a alma que é vendida ao diabo ao desbarato. Quem ama essas
almas apesar de não deixar de lutar para os conduzir à luz da razão, sente
vontade de desistir de lutar perante a imensidão de tal poder, pois os corações
são já nutridos pelo veneno que lhes corre nas veias de quem se preza e é
difícil curar tal maleita.
João Salvador – 09/08/2014
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