Vou aquecendo os sonhos à lareira,
Sem reparar nas cinzas do brasido,
Ou olho-as distraído,
Na baça inconsciência
De que são a verónica da morte.
Sentado na cadeira habitual,
Deligência irreal
Que atravessa, morosa, a noite fria,
De mim próprio alheado,
Dou concreto calor à fantasia
Como se o lume fosse imaginado.
Miguel Torga, Diário IX
in: https://www.facebook.com/notes/somos-transmontanos/borralho/481183978607320
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