segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Povo que morre de pé


Olha amigo Miguel Torga, este é o teu (nosso) povo que definha lentamente de pé, acorrentado a dívidas contraídas de uma forma irresponsável e banhadas por governantes incompetentes que alimentaram sevícias de chico-espertos (espalhados por todo o país, desde autarquias; juntas de freguesia; Tribunais; polícias e tantos outros locais de empresas públicas e privadas), que se gabam de fugir aos impostos. 

As elites continuam a olhar-nos de cima do seu púlpito, confortavelmente instalados, assobiando para o lado vendo a banda passar e o povo a definhar ...

Com estas políticas miseráveis; repugnantes; asquerosas; e imorais que os políticos estão a impor ao povo (não abdicando eles e os sanguessugas que os ladeiam, das suas mordomias), matam-nos lentamente de fome, empobrecendo-nos, aumentando o estado de revolta interior de cada um que começa a falar mais alto, como um vulcão em erupção. 

Os próprios pilares da democracia estão a ser minados com a corrupção que grassa no seio da sociedade portuguesa, levando este estado de coisas a deteriorar as entidades que são o garante da lei e da ordem, também estes aturdidos com tamanhas injustiças e falta de equidade e igualdade nos sacrifícios. Estes revoltados em ebulição dotados de meios sombrios para qualquer acto mais desesperante ...

Como pode o povo explicar a um filho que não se pode ir passear porque a gasolina está cara; que não pode ter roupa nova porque o dinheiro não chega; que não pode comer carne porque é cara; que não pode comprar os livros da escola; que não pode ir para a universidade sendo agora um luxo dos mais abonados (pois não tem dinheiro para livros; propinas e estadias) que não pode ter brinquedos porque o dinheiro comeu-o o estado gordo e despesista que andamos a alimentar resignados, como os cordeiros, ruminando a revolta e engolindo-a.

As pessoas começam a estar fartas disto, não por fazerem sacrifícios mas por serem sempre os mesmos - o mexilhão a curvar-se perante o poder da banca e das elites protegidas, estes sim os verdadeiros culpados da crise e que nada fazem para a resolver, como contribuir para a suster.

O povo volta a emigrar desiludido com o (não) futuro do país, baixando os braços resignados de dor, desiludidos com uma pátria com história que mercê destes politiqueiros, paridos do 25 de Abril que nada mais souberam fazer que rapaz o tacho, agora vazio (falta apenas comerem os restos). Onde estão os ideais da revolução, ou foi ela um mero ardil para alguns encherem o bolso e viverem à grande? 

Olhem para o meu interior, o meu berço, quase sem população jovem; população cada vez mais envelhecida, sem trabalho, sem escolas, sem hospitais ... sem nada. Estão a matar-nos aos poucos. Que lhes resta voltar à terra e ao cultivo ancestral com a tração animal. Sim! porque com o preço de combustível (cujo lucro reverte para as grandes empresas e para o estado) não há quem resista. 

Das duas uma ou emigramos como nos anos áureos de miséria de 1965, ou perdemos a cabeça com a ralé política ... que vão para o raio que os parta, isto é demais!. Desculpem-me o impropério mas são uns "Chulos", sem vergonha!



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