domingo, 26 de janeiro de 2014

Amizades intemporais



Estava hoje embrenhado nas minhas cogitações e devaneios, que versavam mais uma vez as memórias do passado, que me inundam docemente, quando tocou o telemóvel.
Para meu deleite tratava-se de um grande amigo cujos anos não ofuscaram nem escureceram a amizade.
Ocasionalmente nas visitas à aldeia procuro rever esse e outros amigos que partilharam comigo a infância, em todas as suas vertentes da amizade: nas travessuras partilhadas, nos momentos que passávamos juntos, procurando uma felicidade pura, sem nada pedir em troca.  
As brincadeiras surgiam do nada, qualquer ocasião ou encontro serviam de pretexto para a partilha de experiências, brincadeiras ou tão só para conversar e namorar.
Nessa altura tínhamos tempo para crescer fortes e saudáveis, correndo, saltando, divertindo-nos na rua ou nos campos, sem receio de esfolar os joelhos. A vida na aldeia era o nosso mundo, um ninho de proteção, onde todos eram um pouco nossos pais.
Não existiam as “jaulas” protetoras a que hoje sujeitamos os nossos filhos, em parte compreensivelmente, perante o selvático mundo que habitamos, onde os perigos espreitam a cada esquina.
Como disse foi prazeroso receber a visita do amigo Paulo Jorge (ainda que por pouco tempo – o possível), um amigo cujo tempo e a falta de disponibilidade, nunca resgatou apenas para si.
A distância ou as vidas ainda que afastem as pessoas não enfraquecem os laços da verdadeira amizade, pois aquando dos reencontros, as palavras fluem como se diariamente privássemos com essas amizades, sentindo-nos inundados por uma alegria que contagia.
O amigo, está presente quando pode estar, mas acima de tudo apoia quando mais se necessita, critica, observa e acima de tudo está presente.
Não está apenas ali nos momentos de felicidade, quando o sol irradia, faz-se presente quando o céu se torna tempestade e flagela a vida do amigo.
As amizades podem ser eternas, tenho nesta amizade esse exemplo, um amigo que caminhou comigo numa etapa da vida desde a infância, até à conclusão da escola secundária, altura em que os caminhos nos levaram a outros horizontes.

Não se pede muito duma amizade, apenas que seja pura e o sorriso translúcido e sincero.
Isso basta para forçar a acendalha a expandir-se explodindo, acalorando a alma, rasgando sorrisos … alimentando sentimentos.
A porta da amizade está aberta …



João Salvador – 26/01/2014

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

XXXIV Feira do Fumeiro Vinhais-2014. De 6 a 9 de Fevereiro

Está a chegar a grande Festa do Fumeiro. De 6 a 9 de Fevereiro. Venha visitar capital do fumeiro, Vinhais!


Um certame a não perder e que se recomenda. 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Mensagem de ano novo - Feliz 2014


Entrando à algumas horas no ano de 2014, aproveito para desejar aos leitores dos meus dois Blog´s um feliz ano de 2014, assim como para todos os vossos e meus amigos, familiares e conhecidos.

Todos temos noção que se aproxima um ano de extrema dificuldade, trazendo este novo ano novos aumentos do custo de vida, precariedade, deterioração da qualidade de vida, entre outras malogradas adversidades com as quais vamos ser premiados, mercê das vergonhosas políticas e má gestão que a classe elitista e governativa deste país desde à vários anos vem sujeitando as almas lusitanas.

Um país onde a corrupção é contestada nas redes sociais, ouvindo-se algumas vozerias públicas de pessoas com alguma responsabilidade política e social, mas na prática em nada resolvem. Somos um país onde ainda é aceite o "pequeno favor", o país do "conheço o Sr. Doutor", o país da cunha, onde se arranja trabalho a pessoas sem qualificação adequada e sem mérito, que ocupam cargos para os quais não estão preparados nem qualificados, acabando por lesar os supremos interesses da nação. Com dor o digo, pois jurei fidelidade a nação que tanto respeito e amo, bem como à constituição que a rege, tantas vezes atropelada pela classe política e pelos interesses instalados. Todos como portugueses devemos honrar as memórias de todos os nossos antepassados que lutaram por um país independente, mas acima de tudo pela igualdade de direitos e de oportunidades, onde o mérito deveria ser premiado.

Que diriam o fundador da nação D. Afonso Henriques; D. João I que resgatou o reino aos Espanhóis livrando-nos do jugo de Castela, que diriam Luís de Camões e outros escritores lusos que cantaram e enobreceram a nação, perante a actual ditadura financeiro económica a que estamos sujeitos, por nossa inteira culpa e por incúria da sociedade civil que o permitiu?
Sinto hoje uma grande angústia, uma dor "que doi sem doer", vejo um trapo rectangular retalhado pelos interesses da classe política, que vão vendendo o coração da nação aos grandes grupos económicos, aumentando a assimetria entre ricos e pobres. Onde se constata um aumento dos novos-ricos e um empobrecimento gritante daquela que foi a classe média. Um país onde as escolas são já obrigadas a alimentar os alunos e algumas famílias; um país onde as pessoas se socorrem de instituições de solidariedade social - muitas delas já não conseguem dar reposta aos pedidos de alimentação e outras necessidades; um país onde começa a ser vulgar ver pessoas a catar comida nos caixotes do lixo; um país da indiferença; dos pobres envergonhados; um país onde a emigração é hoje superior aos anos 60, fugindo os nossos filhos para outros países em busca de melhores ordenados e condições de vida; um país de doutores onde ninguém quer trabalhar em sectores produtivos (indústria, agricultura e outros - sectores primários e secundário); um país onde muitos buscam empregos e não trabalho, preferindo estar em casa a receber subsídios sem contribuir para o desenvolvimento do país, como seria sua obrigação e finalmente um país onde a sociedade civil, amorfa e adormecida não luta verdadeiramente por punir os verdadeiros criminosos que com as suas políticas de interesses pessoais roubam descaradamente o erário público, contornado a justiça, cegando-a evitando serem responsabilizados.

Todos iremos sofrer na pele mais estes cortes que entram hoje em vigor, cortes esses que irão dificultar o cumprimento das nossas obrigações e irá privar-nos de coisas básicas, como o direito ao sorriso de um filho que irá ver negado muito do que antes nunca lhe havia sido, será negado a muitos de nos o direito à dignidade o que levará a um desespero crescente e infelizmente a actos desesperados e tresloucados, situações que os governante desprezam com a desculpa que andamos sempre a gastar acima das nossas possibilidades. Agora pergunto se o foi, porque não controlaram eles esses gastos dos quais foram os principais culpados, visto que alimentaram um hospedeiro que se alimentava do erário público de cujas tetas também eles mamavam?
Em bom rigor os únicos culpados somos nos sociedade civil, que somos inoperantes e adoptamos a política da crítica fácil sem apresentar uma verdadeira estratégia de combate às astutas raposas que roubam os galinheiros e nos deixam depenados.

Apesar de tudo e dos sentimentos que aqui expresso, não baixem os braços perante as adversidades que se avizinham e lutem para ajudar o nosso país a sair da grave carência em que se encontra, começando por alimentar os valores que se têm, vindo a perder, como é o caso da HONESTIDADE; VERDADE; IGUALDADE; JUSTIÇA; SOLIDARIEDADE; HUMILDADE; CORAGEM e LEALDADE.
A todos vocês muita paz, saúde e coragem para enfrentar este penoso ano e os anos vindouros!




João Salvador - 01/01/2014