quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Retrato do interior


Como um sopro de nada, assim me esvaio nesta vida curta, onde uns tudo têm, tudo podem, tudo pisam, e outros, coitados, nada temos, nada podemos, coitados. 
Um país estilhaçado por corrupção humana, sim, cometida pelos Homens, não por deuses ou arquitectos. 
Um país que trata mal quem tanto deu à nação é um país sem futuro a quem um dia irá faltar o pão. 
Um país despovoado é sinónimo de um futuro desequilibrado.
Triste sina a nossa onde nem a justiça nos vale, pois essa, que nos poderia servir a esperança, está mais cega do que nunca. 
Valha-nos o calor do nosso humilde lar, com lenha apanhada por estas mãos, por animais criados por esta gente, por uma paz que não deseja a guerra, por uma vida que teima em não chegar ao fim.

Texto: Paulo Costa 

Foto: Rui Pires

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