sábado, 8 de novembro de 2014

Ruina humana


A ruína humana é uma realidade em muitas vidas destruídas pela incúria irresponsável dos próprios arruinados que padecem de falta de amor-próprio.
Iludidos por esbeltas palavras envenenadas, presos à hipnose do poder carnal que mal conhecem, vivem suas almas algemadas ao veneno de afrodites camufladas em santas beatificadas.

A desilusão trespassa como uma lança afiada aqueles que com a sua clarividência vêem a maldade das trevas a apoderar-se de corações inocentes, outrora puros e felizes, agora impregnados de bactérias de invejas, ganância, altivez e maus sentimentos, que corroem por dentro o ser humano, matando-lhe a bondade.

Ainda que se tente extrair o veneno das víboras, estas protegidas pela loucura do amor enfeitiçado, e pela loucura do iludido, pavoneia-se vitoriosa pelas ruelas da malvadez, espalhando um falso sorriso que cativa e aprisiona os mais desprevenidos. Rastejam essas cobras esbeltas, envenenando a felicidade alheia, matando-a lentamente, destruindo laços de amizade, de camaradagem e até familiares …

Essa raça de afrodites venenosas, povoam um mundo decadente da qual se alimentam, extraindo através dos seus ardis tudo aquilo que necessitam para viverem uma existência desafogada, sem qualquer pudor em pisar um ser humano que lhes caia nas garras.

Ver o olhar de alguém perdido, sem brilho, qual um fantasma cambaleante e perdido, caminhando errante vivendo para si e para a Afrodite venenosa, desprezando a própria prol, a família e os amigos, provoca uma revolta, uma repulsa tal que a ira alcança a mente dos mais devotos budistas que buscam a iluminação e a vêem esfumar-se perante tanta maldade!

Estas almas vivem sonâmbulas, entristecidos, enganados. No seu íntimo vivem apenas alimentados pelo veneno que os controla, dando-lhes a sensação de um bem-estar inexistente no mundo real, mas que habita a sua imaginação enganada pelo olhar pérfido de uma deusa que não o é!

O vírus espalha-se de uma forma alarmante, perdendo aos poucos a alma que é vendida ao diabo ao desbarato. Quem ama essas almas apesar de não deixar de lutar para os conduzir à luz da razão, sente vontade de desistir de lutar perante a imensidão de tal poder, pois os corações são já nutridos pelo veneno que lhes corre nas veias de quem se preza e é difícil curar tal maleita.


João Salvador – 09/08/2014

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