Na manhã seguinte o João Moleiro, conseguiu
reparar o telhado de modo a proteger os animais domésticos, bem como a palha e
o feno que servia de alimento ao animal.
O filho mais velho ficou encarregue de nesse
dia alimentar as galinhas e tratar de abrir uns regos para escoar as águas dos
socalcos. Quanto aos restantes iam ajudando a mãe nas tarefas do moinho.
O pai mal o tempo abriu, saiu de matina,
rumando com o burro, carregado com três sacas de farinha, pelo caminho ingreme
ladeado por pedras que em nada lhes facilitavam a vida.
Seguia assim pelos trilhos em direção a uma
das aldeias vizinhas para entregar o cereal moído ao freguês.
Algumas horas depois o Moleiro chegou à aldeia
de Argeriz, onde entregou o cereal moído. Logo foi recebido amavelmente pelas
gentes daquela terra.
- Bom dia amigo moleiro.
- Bom dia Cerdeira como vais?
- Tudo bem. O tempo é que não ajudou. Tive
muito prejuízo no Olival. Estas saraivadas de granizo dos últimos dias e os
ventos diabólicos foram fortes como o “catano”.
- Eu que o diga amigo. Estes dias o temporal
não ajudou nada. Fiquei sem cereal para moer e nada pude fazer nos meus
terrenos. As minhas oliveiras ficaram também elas quase despidas.
- Pois … este ano meu amigo vai ser ano de
pouca azeitona. Tanta labuta nesta vida e olha! Raios partam o temporal! Espero
que fique por aqui.
- A ver vamos – dito isto o Moleiro
despediu-se, deslocando-se em direcção ao Cancelo.
Ali chegado encontrou-se com o Manel. Após
breve conversa, entregou-lhe três sacos de milho para moer, seguindo novamente
em direcção à aldeia, rumando ao moinho, pois tempo era dinheiro.
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