domingo, 26 de agosto de 2012

Crónicas da vida do João Moleiro - O dia seguinte


II – O dia seguinte


Na manhã seguinte o João Moleiro, conseguiu reparar o telhado de modo a proteger os animais domésticos, bem como a palha e o feno que servia de alimento ao animal.
O filho mais velho ficou encarregue de nesse dia alimentar as galinhas e tratar de abrir uns regos para escoar as águas dos socalcos. Quanto aos restantes iam ajudando a mãe nas tarefas do moinho.
O pai mal o tempo abriu, saiu de matina, rumando com o burro, carregado com três sacas de farinha, pelo caminho ingreme ladeado por pedras que em nada lhes facilitavam a vida.


Seguia assim pelos trilhos em direção a uma das aldeias vizinhas para entregar o cereal moído ao freguês.
Algumas horas depois o Moleiro chegou à aldeia de Argeriz, onde entregou o cereal moído. Logo foi recebido amavelmente pelas gentes daquela terra.
- Bom dia amigo moleiro.
- Bom dia Cerdeira como vais?
- Tudo bem. O tempo é que não ajudou. Tive muito prejuízo no Olival. Estas saraivadas de granizo dos últimos dias e os ventos diabólicos foram fortes como o “catano”.
- Eu que o diga amigo. Estes dias o temporal não ajudou nada. Fiquei sem cereal para moer e nada pude fazer nos meus terrenos. As minhas oliveiras ficaram também elas quase despidas.
- Pois … este ano meu amigo vai ser ano de pouca azeitona. Tanta labuta nesta vida e olha! Raios partam o temporal! Espero que fique por aqui.
- A ver vamos – dito isto o Moleiro despediu-se, deslocando-se em direcção ao Cancelo.

Ali chegado encontrou-se com o Manel. Após breve conversa, entregou-lhe três sacos de milho para moer, seguindo novamente em direcção à aldeia, rumando ao moinho, pois tempo era dinheiro.

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