domingo, 26 de agosto de 2012

Crónicas da vida e morte do João Moleiro - Uma nova vida


XIII - Uma nova Vida


Corria o mês de Janeiro de 1973, quando a moleira descobriu que estava grávida, cujo fruto foi gerado no seu último acto de amor com o seu homem que partiu. Ficou consternada, pois a vida era já tão dura e vinha mais uma boca para alimentar. Ainda pensou em abortar mas decidiu que onde se criam quatro criam-se cinco. Fruto da sua decisão nasceu no verão de 1973 o filho mais novo.
Os anos correram lentos, numa vida cheia de trabalho. Os filhos mais velhos emigraram ficando apenas os mais novos.
Ajudada pelos irmãos emigrados na França e no Brasil e pelo seu trabalho diário, continuou a sustentar a sua prol, agarrando-se às memórias que lhe alimentavam a alma onde buscava forças para continuar.
Tinha momentos em que pensava em baixar os braços e desistir, mas tinha que pensar nos filhos. Entre o moinho que cedo cedeu aos avanços da tecnologia, e a agricultura lá foi a moleira criando os filhos.

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